Modbus RTU
Na linha Keeper temos utilizamos a nova definição de nomenclatura do Modbus em ingles, dispositivos podem ser do tipo server
ou client
.
- client ou cliente chamados anteriormente de master ou mestre.
- server ou servidor chamados anteriormente de slave ou escravo.
1. Princípio de funcionamento
Em uma rede Modbus RTU podemos ter os seguintes dispositivos:
Client
: Dispositivo que solicita/escreve dados nos equipamentos do tipo server;Server
: Dispositivos que respondem a solicitações do client.
Princípios básicos:
- Só deve existir um dispositivo do tipo
Client
na rede; - Cada dispositivo do tipo server deve ter um endereço único na rede (de 1 a 247);
- Todos os dispositivos devem utilizar os mesmos parâmetros de rede (baudrate, paridade e stop bits).
O Keeper pode operar no modo client ou modo server.
2. Rede física
A conexão RS-485 consiste na utilização de 3 vias, sendo duas vias para troca de dados e uma via para referência de comunicação. Dentro da linha Keeper temos os seguintes terminais para conexão dos cabos de RS-485:
- A: Sinal não-invertido, tipicamente encontrado em outros equipamentos como
A, D1, B+, A+, TxD+/RxD+, D+
; - B: Sinal invertido, tipicamente encontrado em outros equipamentos como
B, D0, B-, A-, TxD-/RxD-, D-
; - (-): Negativo da alimentação do Keeper, também é o comum, sinal de referência para a comunicação RS-485.
2.1. Conexões
As ligações elétricas em uma rede Modbus RTU via RS-485 são simples, porém as seguintes medidas devem ser seguidas para garantir estabilidade para a rede.
- Derivação dos cabos ponto a ponto, evitando utilizar emendas (quando necessário utilizar conectores multi portas);
- Resistores de terminação no início e fim da rede, com o mesmo valor da impedância característica do cabo (tipicamente 120 Ω).
Alguns equipamentos já possuem o resistor de 120 Ω incorporado. A linha Keeper possui e pode ser ativado ou desativado via webserver.
A malha/blindagem deve ser aterrada em apenas um lado do cabo. Caso aterre nos dois pontos, pode-se criar um caminho de corrente pela diferença de potencial entre os dois pontos de conexão terra.
Exemplos com um único server
Exemplo 1: Sem aterramento.
Exemplo 2: Com aterramento (aterrando apenas em um ponto).
Exemplos com múltiplos servers
Exemplo 1: Múltiplos dispositivos, sem aterramento.
Exemplo 2: Múltiplos dispositivos, com aterramento (interligando as malhas dos cabos e aterrando apenas em um ponto).
Exemplo 3: Múltiplos dispositivos, com aterramento (aterrando cada malha apenas em um ponto).
2.2. Cabos recomendados
Cada projeto deve ser avaliado individualmente pelo projetista do sistema, porém abaixo algumas recomendações.
- Utilizar par trançado para a comunicação;
- Sempre referenciar o comum da comunicação entre os equipamentos da rede;
- Utilizar cabo com malha/blindagem, aterrar malha em apenas um dos pontos do circuito.
2.2.1. Opção 1 (recomendado)
Recomendamos a utilização de cabo de par trançado de 4 vias com blindagem e dreno e impedância característica de 120 ohms:
- 1 par trançado (2 vias): Transmissão dos dados (A e B);
- 1 par trançado (1 via): Utilizar uma via para referência, a outra ficará sobrando;
- Dreno/Malha: Aterrado em apenas um lado, o outro lado aberto.
2.2.2. Opção 2
Também é possível a utilização de cabo de par trançado de 2 vias com blindagem e dreno e impedância característica de 120 ohms:
- 1 par trançado (2 vias): Transmissão dos dados (A e B);
- Dreno/Malha: Utilizar como referência de sinal do sistema.
Referência
Em caso de dúvidas, consultar o guia e recomendações de ligações e implementações oficiais em modbus.org.